Quando se perde uma pessoa querida, é importante escolher o melhor destino para o seu corpo. Se você ainda tem dúvidas sobre o que é cremação e como ela funciona, neste post, vamos ajudá-lo a compreender melhor essa opção.
A cremação consiste em um processo de incineração do corpo, que o reduz a cinzas. Apesar de ser uma prática muito antiga, ainda causa muitas dúvidas. Por isso, é interessante conhecer um pouco melhor o assunto e conversar com as pessoas mais próximas para saber se essa é a melhor opção para a família.
Para compreender o que é cremação, como ela acontece, qual o melhor destino para as cinzas e quais são os seus reais impactos no meio ambiente, continue a leitura!
O que é cremação?
A cremação é um procedimento de redução do corpo humano após o falecimento que, por meio de altas temperaturas, se transforma em cinzas. Ela surgiu há milhares de anos; as civilizações grega e romana já optavam pela cremação como uma forma nobre de destino após a morte. Apesar de se associar essa prática aos anos de 1000 a.C. para os gregos e 750 a.C. para os romanos, não se sabe ao certo a data da sua origem.
É importante que as crenças religiosas sejam consideradas na hora da escolha, pois enquanto, para algumas crenças (o budismo e o hinduísmo, por exemplo), a cremação é obrigatória para a purificação e a libertação da alma, para outras (como o islamismo e o judaísmo), ela não pode ser realizada de forma alguma.
No catolicismo, o procedimento foi proibido até aproximadamente 1960. Atualmente, a cremação é permitida para pessoas dessa religião, com a recomendação de que as cinzas não sejam espalhadas.
Uma das ressalvas comuns que as pessoas têm em relação à cremação é a respeito do valor. No entanto, essa opção é menos custosa que o sepultamento, pois são evitados alguns custos, como o jazigo e a taxa de manutenção.
Assim, a escolha da melhor alternativa deve ser discutida pela família. Nesse sentido, muitas pessoas conversam sobre o destino que desejam dar ao seu corpo após o seu falecimento e, em casos assim, é importante que a vontade seja respeitada. Também é possível registrar em cartório o desejo de ser cremado.
Como a cremação acontece?
Agora que você já sabe o que é a cremação, vamos entender melhor como acontece esse procedimento. É importante saber que existem algumas regras para o processo, que variam de acordo com o estado. Porém, em geral, ela só pode acontecer depois do tempo mínimo de 24 horas após a emissão da declaração de óbito.
Preparação
O corpo passa por uma preparação, em que são retirados os objetos metálicos e os implantes, como marca-passo, para garantir a segurança. Ele fica por algum tempo em câmara fria, antes de ser submetido ao calor.
Incineração
Na sequência, o corpo, que está em um recipiente adequado — produzido em material ecológico, sem química, vidros, metais e verniz —, é introduzido em uma câmara. Lá, é exposto a uma temperatura de aproximadamente 800°C, responsável pela desintegração. A temperatura se eleva e é preciso que um profissional responsável monitore todo o procedimento, que dura entre 2 e 3 horas.
A cremação sempre deve ser feita individualmente. No Brasil, é ilegal fazer cremações simultâneas, além de as câmaras não serem capazes de comportar mais de um corpo.
Fragmentação
Após o processo com o calor, o corpo cremado precisa repousar em uma superfície metálica, onde são removidos quaisquer resíduos metálicos. Em seguida, passa-se pelo cremulador, uma máquina que faz com que os resíduos se tornem fragmentos muito pequenos.
Por fim, eles passam por outra máquina para a pulverização, até que se tornem um pó fino. Ele é lacrado e pode ser transferido para uma urna adequada, para que seja entregue à família.
Como as cinzas devem ser guardadas?
Depois da cremação, é preciso fazer outra escolha muito importante: como as cinzas serão guardadas. Uma alternativa que pode ajudar na despedida é mantê-las em um local especial para o ente querido. Para algumas pessoas, essa é uma forma importante de preservar a memória com carinho e prestar homenagens.
Além disso, alguns cemitérios contam com um espaço chamado columbário, que é destinado especificamente para guardar as cinzas e é um local calmo e agradável para fazer orações a quem já se foi.
Da mesma forma, existe a opção de transformar as cinzas em algo diferente, como uma joia, uma obra de arte ou uma árvore. Essas alternativas são interessantes para quem deseja sentir a pessoa sempre por perto, de maneira mais ampla. No caso da árvore, por exemplo, as cinzas podem ser colocadas em urnas biodegradáveis, específicas para receber a terra e uma muda.
Quais as principais curiosidades sobre a cremação?
Para naturalizarmos o processo de cremação e aceitarmos que é uma das opções possíveis diante da perda de um ente querido, vamos mostrar algumas informações interessantes sobre o processo. Veja a seguir.
É uma prática comum em alguns lugares
Apesar de ser uma tradição em crescimento no Ocidente, nos países do Oriente essa é considerada uma prática purificadora, o que a torna mais comum. Ela tem a função religiosa-filosófica, assim, de eliminar os defeitos daquela pessoa e liberar a sua alma. Alguns dos locais nos quais a prática é mais usual são:
- Japão;
- Inglaterra;
- Hong Kong;
- China;
- Índia.
Essa é uma alternativa que era comum, por exemplo, na Grécia Antiga. Eles faziam o processo em fogo aberto e enviavam as cinzas para as terras natais. Isso começou a se tornar mais delicado por questões religiosas — por exemplo, para os judeus, não pode haver destruição do corpo, já que a alma se desprende lentamente dele.
Só ocorre um processo por vez
Após o velório e a condução para uma sala refrigerada, o corpo precisa aguardar outros processos de cremação serem realizados, se for o caso. Isso porque é ilegal que ele seja executado de forma coletiva, por exemplo.
Além disso, as próprias câmaras não apresentam tamanho para comportar mais de um corpo. É preciso que a cremação seja realizada assim, até mesmo como forma de respeito aos familiares, para que possam receber os restos mortais corretos e definirem o destino de acordo com a vontade de homenagear aquela pessoa querida.
Há casos em que a cremação não pode ser realizada
Por mais que seja um desejo do ente querido falecido, há circunstâncias nas quais não é possível realizar a cremação. Ter ciência disso é fundamental para encontrar outras formas de homenagear a pessoa.
Legalmente, em caso de morte violenta, a pessoa não poderia ser cremada. Isso porque, em caso de reabertura da investigação, por meio de exumação, é preciso ter acesso ao corpo para realizar laudos adicionais. A exceção é quando há uma autorização judicial para isso.
A cremação é um processo mais econômico
Muitas pessoas desistem dessa opção por acreditarem que é um processo mais caro do que o sepultamento. Curiosamente, não é. Essa é uma opção mais barata, já que não envolve alguns custos, como:
- terreno;
- locação do espaço;
- compra do jazigo;
- manutenção do jazigo.
No caso da cremação, não há essas questões, o que torna tudo mais barato. Além disso, se for vontade da família e do ente querido, é mais prático. Isso não impede, por exemplo, de deixar as cinzas no cemitério para que os ritos de homenagem possam ser feitos ali — no caso, a urna ficará no columbário local. Ali, serão depositadas as cinzas da pessoa, que poderão ser visitadas sempre que familiares e amigos queridos quiserem.
A cremação polui o ambiente?
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a cremação não polui o ambiente. Para isso, é preciso que o processo seja feito com alguns cuidados, que garantem a preservação ambiental. Assim, existem regulamentações para que tudo seja realizado de maneira ética e sem impactos à natureza.
Em relação aos gases que são produzidos, é importante saber que são liberadas apenas água e uma pequena quantidade de gás carbônico.
Os equipamentos para o procedimento também contam com filtros de ar, que reduzem os resíduos tóxicos gerados. Já as cinzas são compostas por cálcio e potássio e não oferecem nenhum risco de contaminação, mesmo em casos de falecimento decorrente de enfermidade.
Para quem considera a importância das questões ambientais, que tal transformar-se em uma árvore? As biournas permitem isso. Elas são compostas de uma cápsula que possibilita a germinação da semente e da parte na qual são depositadas as cinzas. De acordo com a decomposição da cápsula, as cinzas alimentam as raízes da árvore. Uma bela forma de renascer, não é mesmo?